Um século da insulina - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Um século da insulina

Coube ao pesquisador alemão Paul Langerhans (1847-1888) definir, por estudos de microscopia, grupos esparsos de células no tecido do pâncreas, os quais ele chamou de ilhas, posteriormente, conhecidas como Ilhotas de Langerhans. Foi um passo decisivo para a descrição da insulina, palavra que derivou de ínsula, ou seja, ilha. Na história da medicina, a descoberta da insulina, que o mundo celebra o centenário em 2021, é uma bela página da ciência e do progresso humano. Em qualquer avanço da ciência, no geral, existe sempre um processo que envolve laboratórios e pesquisadores, erros e acertos, êxitos e malogros, enfim, não é um “fiat lux”, é uma soma de parciais sucessos que podem culminar, ao longo do tempo, no alcance do objetivo maior.

O professor Peter Brian Medawar (1915-1987), Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, 1960, nasceu no Brasil, na cidade de Petrópolis/RJ, filho de mãe inglesa e pai brasileiro, tendo logo se tornado cidadão britânico. Ao completar 15 anos, foi com a família residir na Inglaterra, formando-se em biologia na Universidade de Oxford. Dedicou-se ao ensino e à pesquisa, com ênfase na imunologia, área em que recebeu o Nobel. É a única pessoa nascida no Brasil detentora de um Prêmio Nobel. Peter Brian Medawar, ao abordar o tema diabetes, declarou: “A descoberta da insulina pode ser classificada como o primeiro grande triunfo da ciência médica.” Uma outra frase marcante sobre a diabetes deve-se ao  historiador  e escritor canadense John William Michael Bliss (1941-2017), autor de biografias de figuras famosas da medicina, além da clássica obra The Discovery of Insulin (1984), que assim definiu esse avanço da ciência: “A coisa mais próxima de uma ressurreição que a medicina moderna já produziu”.

Nunca esqueci uma conversa com o médico, meu dileto amigo e professor Marcelo Carvalho, que me disse: “A dor é o que mais leva uma pessoa à consulta médica. O problema da diabetes é porque não dói, é doença insidiosa e, muitas vezes, passa despercebida.” É aí onde reside o perigo, pois a diabetes não controlada conduz a lesões graves, em vários órgãos e sistemas do corpo humano. Pode-se comparar com um astuto malfeitor.

Na minha formação médica, dediquei-me com especial esmero aos estudos teóricos e práticos da Diabetes mellitus. Não segui o caminho da especialização, mas, na prática clínica, atendi vários casos ambulatoriais dessa doença, da qual meu pai era portador, desde a fase de adulto jovem. Ainda guardo nas minhas lembranças alguns semblantes de pacientes diabéticos, formas leves, com os quais a relação médico-paciente se fez sempre com afeição e empatia mútuas. Para o melhor tratamento da diabetes, dois fatores são essenciais: o envolvimento pessoal do próprio paciente com a doença, e o cuidado médico com desvelo e grande atenção. 

Daladier Pessoa Cunha Lima

Reitor do UNI-RN




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