Piquenique em Keukenhof - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Piquenique em Keukenhof

Terminei a crônica passada com a promessa de voltar à Holanda, a fim de reviver as lembranças das tulipas e dos moinhos de vento, que, ao lado dos tamancos, formam a tríade dos símbolos do país. São lembranças de uma recente viagem aos Países Baixos, que de baixo mesmo, se existe, não dá para se perceber, à exceção de parte das suas terras abaixo do nível do mar. Ah! Também são pequenos os prédios, porque o solo úmido e instável não permite a construção de muitos andares. Em Amsterdã, os antigos e belos prédios são colados uns aos outros, são estreitos e chama a atenção uma roldana no topo da fachada. Para que servem as roldanas? Para alçar móveis aos andares mais altos, pois a pouca largura das portas e das escadas impede esse serviço no interior das moradas. Para isso, as fachadas sofrem leve inclinação para a frente, e as janelas precisam ser mais amplas. Simples assim. Tenho a impressão de que os holandeses, de tão impelidos a superar problemas, devem sempre pensar na frase “A dificuldade é a mãe da invenção”.

Volto a me reportar aos amigos Jeroen e Sulamita, ele holandês e ela natalense, casal que mora na pequena cidade de Hoofddorp, perto de Amsterdã, família que se completa com o filho Collin, de onze anos. Bacharela em Direito, Sulamita é filha da advogada e grande amiga Obdúlia Freitas que também estava lá, em férias, no dia em que eles nos receberam para um característico almoço holandês. Eu, minha esposa, uma filha e um neto tivemos esses alegres momentos em uma cidade e em uma casa típica daquele país, no convívio com uma pequena e feliz família, que une o Brasil e a Holanda. Nessa casa de Hoofddorp também mora Forte, um cachorro vira-lata brincalhão e querido por todos, em particular por Collin. Sulamita é tão fluente no idioma holandês que, às vezes, tropeça nas palavras em português. Ajuda nas tarefas do marido e, em sua bicicleta, resolve todas as demandas da casa. Jeroen é engenheiro e empresário, fala português  e com ele aprendemos sobre alguns temas próprios do seu país.

Em outro dia, esses amigos nos levaram para uma visita ao Parque Keukenhof, o maior parque de flores do mundo, onde as tupilas reinam absolutas, também conhecido como Jardim da Europa. Conforme eles disseram:  “Vamos fazer um piquenique nos Jardins de Keukenhof”, e assim fomos nós, com total apoio daqueles estimados amigos, para uma jornada fascinante, ver e se encantar com um dos mais belos cenários do planeta, ao caminhar entre canteiros de tulipas de cores, formatos e cheiros diversos. Quando a fome e o cansaço chegaram, sentamos na grama forrada e em um banco, debaixo de uma árvore, e, naquele mundo das tulipas, saboreamos os quitutes feitos por Sulamita. Esse passeio, por tudo inesquecível, ocorreu na época certa, no auge da floração das tulipas, que vai de final de março ao final de maio.

As tulipas são originárias da Turquia, com destaque, na exaltação da flor, para o reinado do sultão Suleyman, de 1520 a 1566. Ainda no século 16, as tulipas chegaram à Holanda, onde floresceu o cultivo, feito com amor e ciência, dessa joia da natureza, a ponto de se transformar em símbolo e em forte fonte de renda do país. Nos Países Baixos, o êxito foi tanto que faz lembrar a frase do imperador romano Júlio César: “Vim, Vi e Venci”.

Daladier Pessoa Cunha Lima

Reitor do UNI-RN

 


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