Empatia e compaixão - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Empatia e compaixão
29.12.2005

No último dia do ano passado, encontramos casualmente o médico Antônio Araújo, infectologista muito conhecido na cidade e com destacada atuação no Hospital Giselda Trigueiro, onde já exerceu, competentemente, a função de Diretor. Como não poderia deixar de ser, perguntamos como estava o Hospital, com o qual mantemos vínculo afetivo desde o tempo em que se chamava Evandro Chagas, quando lá trabalhamos por vários anos ao lado da grande e inesquecível mestra Giselda Trigueiro, que deixou aos pósteros, em particular aos seus ex-alunos, um legado de exemplos de rigor no exercício profissional, além de dedicação e humanismo voltados especialmente para as pessoas enfermas. Antônio Araújo falou-nos da situação do nosocômio e da necessidade que tem de receber, cada vez mais, apoio dos poderes públicos. Entretanto, o que mais nos impressionou foi o comentário que o médico fez, mediante nosso interesse em saber, sobre suas atividades nos cuidados dispensados aos doentes portadores de AIDS e de Hepatite C. Apesar de já conhecermos esse profissional da medicina há muito tempo, acompanhando, com orgulho, a competência, a ética e os êxitos de um ex-aluno, ficamos impressionados com o devotamento com que ele assiste clinicamente os enfermos, muitas vezes discriminados pela própria identificação das doenças. Antônio Araújo, nesse mister, vai além do estrito labor médico-científico, porquanto seu trabalho se reveste de empatia, compaixão, generosidade e calor humano. A boa medicina precisa desses ingredientes, sob pena de se tornar incompleta, fria, tecnicista, e, portanto, ineficaz. A empatia é a capacidade de nos identificar com nossos semelhantes, capacidade de ouvir, de perscrutar e de compreender os sentimentos alheios. O médico que não tem essa aptidão enaltecida, jamais exercerá bem seu ofício, particularmente, nas especialidades que exigem lidar diretamente com pessoas doentes. Se a atitude empática é necessária para um bom relacionamento interpessoal, em qualquer situação, imagine-se quando esse relacionamento ocorre entre um indivíduo fragilizado por enfermidade e outro de quem se espera a cura ou a minoração da dor e do sofrimento. A empatia, na sua nuance mais solidária, chama-se compaixão, ou seja, a capacidade que se tem de participar do sofrimento de outrem, de sentir a dor do semelhante, de forma verdadeira, sincera. Vê-se que o infectologista Antônio Araújo, nas tarefas de acompanhamento clínico dos pacientes de AIDS e Hepatite C, extrapola os sentimentos de compaixão, pois ficam evidenciadas suas atitudes de generosidade. Para exemplificar, aqueles sofridos doentes, quase sempre alvos de discriminação e à margem das benesses da sociedade, receberam visita do médico assistente, fora da rotina, no último dia de 2005, da mesma forma que haviam sido visitados no dia de Natal. Isso representa um autêntico gesto de doação, não de bens materiais, que nem sempre significam ações generosas, mas de um bem maior, porque revestido de ternura, de presença solidária, de sorriso amigo, enfim, de calor humano. Fazemos este registro para homenagear não somente o médico aqui citado, mas todos os outros – e são muitos – que dignificam e honram o exercício da medicina na sua plenitude.

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