Um relato clínico-cirúrgico - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Um relato clínico-cirúrgico
16.10.2014

Em 1º de março de 2014, às 15 horas, ele entrava em uma sala de cirurgia, no Hospital Sírio Libanês, São Paulo, sob os cuidados do médico Eduardo Akaishi. Era sábado de carnaval e o ato cirúrgico visava uma lesão no intestino delgado que se revelou durante uma ressonância magnética feita na Liga Norte-Rio-Grandense Contra o Câncer. Por conselho médico, o doente, homem de 75 anos, foi para São Paulo, a fim de esclarecer o diagnóstico, por meio de uma endoscopia especial, pois a lesão estava no jejuno, local não acessível aos meios endoscópicos de rotina. Além de dor e mal-estar abdominal, ele sofria também com vômitos esparsos e, sobretudo, com hemorragias digestivas repetidas, ainda que não fossem de grande monta. Fazendo a moldura desse quadro clínico, sobreveio fraqueza geral e anemia. Entre os primeiros achaques e a cirurgia, passaram-se cerca de sete meses, porquanto a doença era insidiosa, com fases de total remissão dos sintomas.

O doente confessou que, durante parte da evolução da enfermidade, foi um tanto negligente, apesar de ter formação médica. Em virtude da normalidade de todos os exames realizados antes da ressonância, chegou a pensar em um diagnóstico brando, tipo verminose ou algo do mesmo grau. Em dezembro de 2013, viajou com familiares à cidade de Gramado, para curtir alguns dias de férias e de lazer. Pensou consigo mesmo: “Estou bem, vou me divertir com os netos e tirar o atraso das restrições alimentares, possíveis responsáveis pela minha fraqueza”. No dia seguinte da chegada ao hotel, teve uma crise forte, com cólicas, distensão abdominal intensa e vômitos em profusão. Resultado: foi curtir as “férias” no hospital da cidade. Ao regressar a Natal, correu logo para fazer a ressonância magnética, solicitada pelo gastrenterologista Carlos Fonseca, exame que, erroneamente, postergou, apesar da ênfase mostrada pelo médico para esse procedimento.

Sabendo, pois, que havia uma semioclusão do jejuno, ele foi para São Paulo, em fevereiro de 2014, para fazer a endoscopia especial, antes citada, na busca de uma certeza diagnóstica. Nesse meio tempo, já em São Paulo, sofreu novas hemorragias digestivas. Seguindo segura indicação, procurou o médico paulista Eduardo Akaishi, professor da Faculdade de Medicina da USP. Ao encontrar esse profissional, pressentiu que estava no lugar certo, pela confiança logo transmitida durante a consulta. Então, pensou assim: “Confio no poder das orações, que me conduz ao melhor caminho e aos melhores médicos, tanto em Natal quanto em São Paulo”. Em face do quadro clínico agravado pelas constantes perdas de sangue, o Dr. Akaishi provou-lhe que não se podia perder tempo com a realização de novos exames, a cirurgia se impunha sem delongas, e marcou mesmo para o dia seguinte.

Terminada a cirurgia, o cirurgião informou à esposa e à filha do paciente – a filha é médica –, que tudo se passara muito bem, e mostrou um filme, em CD, com todo o processo operatório, feito por laparoscopia. Comentou o método usado e confirmou a retirada de uma alça do jejuno, com 15 cm, na qual havia um tumor ulcerado, cujo exame histológico prévio revelou ser um linfoma. Após uma noite na UTI – por precaução –, o paciente acordou meio tonto e logo soube desse resultado. Pânico? Medo? De jeito nenhum. Houve calma, fé em Deus, confiança na ciência e nas equipes profissionais, confiança em si mesmo para enfrentar as surpresas da vida. Nome do paciente? Constam somente as iniciais: DPCL.


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