“Alea jacta est” - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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“Alea jacta est”
16.02.2011

Em recente discurso no Congresso dos Estados Unidos, o presidente Barack Obama comparou a situação atual do seu país com os desafios da época da corrida espacial, quando a União Soviética fazia tudo para chegar à frente. Em 1957, vivia-se o ápice da guerra fria entre as duas superpotências, e, naquele ano, os soviéticos lançaram em órbita o Sputnik 1. A tensão entre os dois blocos tornou-se mais acirrada na busca pela hegemonia nas proezas espaciais. Isso fez os Estados Unidos optarem por grandes investimentos em ciência e em educação, seguidos por um avanço tecnológico sem precedentes. Esses pródigos investimentos não somente fizeram os Estados Unidos superarem os soviéticos na corrida espacial, mas também trouxeram uma onda de inovação e geraram milhões de empregos. Nos dias atuais, a poderosa nação americana passa por fase difícil da sua economia, com um déficit orçamentário de US$ 1,5 trilhão. Conforme o discurso presidencial, este é um novo momento Sputnick, com a chance de o país perder a liderança mundial. A oposição defende corte radical de investimentos, como a maneira mais correta de enfrentar a crise. Mas Obama não acata essa tese, porquanto faz a opção por aplicar vultosos recursos em pesquisas, em avanços educacionais e em inovação. Para explicar, usou uma feliz metáfora: “Cortar o déficit reduzindo investimentos em inovação e em educação é como amenizar o peso de um avião sobrecarregado, retirando o seu motor”. Essas palavras do presidente americano, nesta fase crucial da história do país, parecem-me perfeitas. Com ênfase por virem do presidente da nação mais importante do mundo, onde existem excelentes centros de pesquisa e onde estão setenta universidades entre as duzentas melhores instituições do planeta. Sabe-se, também, que nos Estados Unidos não impera o Apartheid educacional, tão exposto no Brasil. Lá, a escola pública básica é de boa qualidade, o que permite oportunidades iguais para todos. E isto não começou há pouco tempo, pois, em 1910, quase todas as crianças do país já dispunham de escolas em período semi-integral. Mesmo assim, a reação do Governo perante as ameaças é de investir mais em ciência e em educação. O Brasil vive a fase de um forte desafio: seguir para o estágio de país desenvolvido, com a população a dispor de oportunidades para crescer em bem-estar pessoal e coletivo, ou optar por manter-se no rol dos países de grandes desigualdades sociais. Não obstante ser repetitivo, há de se dizer que o apoio maciço em ciência e em educação levou alguns países ao topo dos melhores do mundo, na qualidade de vida do seu povo. O Pisa, Programa Internacional de Avaliação de Alunos, mostrou alguns avanços das escolas do Brasil, desde o ano 2000, mas ainda estamos no 53º lugar em ciência e leitura, num total de 65 países. O Brasil precisa de uma revolução no sistema educacional como um todo, no ensino infantil, fundamental, médio e superior. E essa tarefa, apesar de depender de uma decisão de Governo, deve ter a participação e o apoio de toda a sociedade. No Congresso, já está em discussão o Plano Nacional de Educação – PNE – 2011-2020. Para honra do Rio Grande do Norte, a relatora na Câmara Federal é a deputada Fátima Bezerra, apta para a função, desde as suas lides docentes até a coerência da sua vida parlamentar e política. O PNE posto em discussão se compõe de vinte metas viáveis e interligadas no intuito de promover a grande revolução educacional do país. Difícil destacar uma entre as vinte metas, mas cito a atenção às crianças de até três anos, a universalização do atendimento escolar da população de 4 e 5 anos, e a valorização do magistério público da educação básica, com a nomeação de diretores de escolas por critérios técnicos e por mérito. Chegou a hora decisiva da educação, a fim de que floresçam novos patamares sociais do Brasil de amanhã. “Alea jacta est” – A sorte foi lançada.

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