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Paz, um direito de todos
03.10.2013

Há uma boa novidade e uma ótima surpresa a envolver as atuais relações mundiais, a aliviar as tensões sempre presentes entre vários países: a assunção ao poder e a conduta política do Presidente Hanan Rowhani, do Irã. Muitas vezes, fui levado a pensar no choque que existia entre a história daquela terra e daquele povo, repleta de tantos fatos marcantes para a humanidade, desde as civilizações mais antigas, com as posições assumidas pelo ex-presidente Mahmond Ahmadinejad, cheias de sentimentos negativos, nunca em prol da paz do planeta. Porém, quase como um milagre, assume o governo um cidadão totalmente diferente do antecessor. Sua palavra demonstra a busca pela união, pela concórdia, pelo respeito à negociação aberta e honesta. Na semana passada, em entrevista à repórter da CNN Chistiane Amanpour, ele disse em um inglês lento e de clara compreensão: "Trago paz e amizade dos iranianos para os americanos". Fiquei pasmo ao ver e ao ouvir Rowhani, que deixava a impressão de uma pessoa tranquila, serena e sincera.

As opiniões divergem, algumas crentes na boa vontade de Rowhani, e outras descrentes da sua retidão. Coloco-me no primeiro grupo, pois prefiro endossar a bondade, ao invés de apostar na maldade da alma humana. Tudo indica que o presidente Barack Obama, bem assim a maioria dos líderes mundiais, estão otimistas com essa radical mudança. Pelo que se viu na mídia, o povo iraniano também mostra posições divergentes, porém, com maior parcela da população a apoiar a nova política externa do país. Como não é de se estranhar, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assim se expressou: "Foi um discurso cínico, repleto de hipocrisia". Ele tem lá suas razões para reagir dessa forma, face as esdrúxulas referências do ex-presidente Mahmond Ahmadinejad, de que o Holocausto não existiu e de que Israel devia ser varrido do mapa.

Embora Rowhani tenha apoio do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, sabe-se de restrições por parte de clérigos e de militares. Tudo gira em torno do programa nuclear iraniano, o qual, para o Irã, tem fins pacíficos de geração de energia, mas, para os Estados Unidos e para outros países, tem fins bélicos, no intuito de produzir armas nucleares. O Irã nunca aceitou as amarras ao seu projeto de enriquecimento de urânio, o qual já chegou aos 20%, ou seja, próximo do nível necessário para a produção da bomba. Desde 2006, a ONU impôs sanções comerciais e financeiros ao país, as quais afetam o desenvolvimento e se refletem em agruras para os iranianos.

Já se vão décadas de crises e tensões entre o Ocidente, com ênfase os Estados Unidos, e o Irã. Logo depois da 2ª Guerra Mundial, sob o comando despótico do xá Reza Pahlevi, o país era amigo dos EUA, mas, em 1979, houve a revolução islâmica, quando tudo mudou, e as relações entre os dois países foram cortadas. O aiatolá Khomeini, então, chamou os EUA de grande Satã, e, em 2002, o presidente George W. Bush inclui o Irã no Eixo do Mal. Agora, depois de 34 anos de ameaças de lado a lado, parece que uma chance de acordo começa a existir. E essa chance veio do atual presidente do Irã, expressa durante sua presença em New York, na vigência da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada há poucos dias. Obama e Hasan não tiveram encontro pessoal, porém conversaram pelo telefone. Ao saber do interesse do presidente visitante em quebrar o gelo, Obama não hesitou e fez a ligação. Foram 15 minutos de conversa, no momento em que Rowhani estava dentro do carro a caminho do aeroporto de New York. É preciso ter fé de que essa rápida conversa seja não somente acenos de boas intenções, mas também o começo de um caminho sem volta para a conquista da paz, um direito de todos os cidadãos, de qualquer lugar do planeta.


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