Vivas para a ED - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Vivas para a ED
31.08.2009

No começo do século 20, a população de Natal, cerca de 25 mil pessoas, conheceu algumas novidades. Em 1904, abriram-se as portas do então Teatro Carlos Gomes, na Ribeira, bairro que partilhava com a Cidade Alta a hegemonia da vida urbana. Em 1911, os lampiões a querosene ou a gás foram trocados por focos de lâmpadas elétricas de 25 velas, as quais não chegaram a tirar da lua o título de rainha das noites,em uma época romântica, de serestas e serenatas. Os bondes vieram no mesmo ano e deram à urbe um certo ar de modernidade. Os natalenses se divertiam com festas religiosas, os entrudos, as conversas alegres nas praças e nas calçadas, as tertúlias e os saraus, as sessões no Cine Polytheama, além dos banhos de mar em praias limpas e saudáveis. Nesse cenário meio bucólico, quando a oferta de ensino público e privado para meninos e meninas era muito precária, surge a Escola Doméstica de Natal, inaugurada no dia 1º de setembro de 1914. Voltada para a educação feminina, a Escola Doméstica foi um avanço sem par no Brasil, sob a premissa de que cabia às próprias mulheres um papel importante para mudar a sociedade patriarcal vigente. Educadas, elas teriam uma visão libertadora da vida, tanto no âmbito familiar, quanto no espaço público, em prol do conceito maior de cidadania. Naquela longínqua data, já se vão 95 anos, Natal passou a liderar no Brasil um processo que se arrastava por séculos, no âmbito global, no sentido de garantir a emancipação da mulher pela educação. Um marco mundial dessa luta surgiu em 1792, com a publicação do livro “A Vindication of the Rights of Woman”, da inglesa Mary Wollstonecraft. Uma notável norte-rio-grandense, Nísia Floresta, fez uma tradução comentada desse livro, e publicou, em 1832, “Direito das Mulheres e Injustiça dos Homens”. No mundo, em especial na Europa, na virada dos séculos 19 e 20, reverberaram essas ideias e surgiram escolas para meninas e para moças, no intuito de torná-las altivas cidadãs. Nesse afã, Natal se destacou em nosso país, graças a um filho da terra dotado de cultura ímpar, com o sentimento do mundo e com a obstinação de fazer o bem: Henrique Castriciano de Souza. Em 1909, ele saiu em um singelo navio no rumo da Europa, a fim de ver o que se fazia por lá nessa área educacional. Durante vários meses, olhou os lagos e os Alpes, estudou, pesquisou e visitou écoles ménagères na Suíça. Ao regressar, criou a Liga de Ensino do Rio Grande do Norte – mantenedora –, para depois fundar a própria Escola Doméstica de Natal. É justo que se faça uma menção especial aos ilustres homens que presidiram a Liga de Ensino, pois todos foram essenciais para a longa e profícua vida da ED. Na figura do atual Presidente, Dr. Manoel de Medeiros Brito, que apoia e supervisiona com desprendimento, zelo e competência os trabalhos da ED, do HC e da FARN, ao lado da Prof.ª Noilde Ramalho, a homenagem merecida e extensiva aos seus antecessores, entre eles Osório Dantas, Onofre Lopes e Varela Santiago. A Escola Doméstica de Natal nasceu na órbita de uma boa causa, cresceu amparada por mãos seguras e consolidou-se como orgulho do povo potiguar. Preza a tradição, mas mantém a vanguarda nos seus planos e nas suas ações. Diretoras estrangeiras e brasileiras muito fizeram pela Escola ao longo de tão longo percurso. Porém, a face da ED é a face da Professora Noilde Ramalho, diretora por mais de seis décadas; ainda cheia de energia e de metas para o futuro. O segredo de tanto êxito? Somente cabe uma resposta: amor pelo que faz. Aliás, sua vida tão bonita se confunde e se amolda com uma história de amor à educação.

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