O Patinho Feio da saúde - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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O Patinho Feio da saúde
21.06.2007

“Depois de seis anos de iniciadas, as obras do Hospital Giselda Trigueiro continuam sem prazo de conclusão (...) Há dois anos a Pediatria foi fechada”. (Tribuna do Norte - 25/05/07). -- A Professora Giselda Trigueiro deve estar bastante triste, lá na outra dimensão da vida, ao saber da precária situação em que se encontra o prédio do hospital que leva o seu nome. Você se lembra do quanto ela era exigente na atenção e nos cuidados aos enfermos e, pelo exemplo, ensinava a todos nós, estudantes, essa conduta no exercício da medicina? -- Lembro sim. E guardo na memória a imagem da Professora, o porte elegante, acompanhada por seus assistentes e alunos, visitando os doentes internados, um a um, examinando e sugerindo a melhor conduta para elucidação diagnóstica ou tratamento. Como o tempo passa rápido: já se vão mais de vinte e cinco anos, quando éramos estudantes de medicina e estagiários em doenças infecciosas, no antigo Hospital Evandro Chagas. Com instalações simples, tudo estava sempre limpo e os pacientes eram bem-atendidos. A professora Giselda conciliava as funções de titular da disciplina e de Diretora do Hospital. Ela partiu cedo, mas deixou um exemplo para todos nós, seus ex-alunos. Nosso aprendizado não só se limitava à aplicação científica da medicina mas também aos aspectos humanísticos tão bem praticados naquele hospital. -- Não sei se você recorda o episódio em que, durante uma aula prática, nosso grupo faltou com o devido respeito a uma pobre mulher no leito hospitalar. Professor Daladier chamou-nos ao lado e nos falou da ética na profissão. Nunca esqueci suas palavras dizendo da necessidade de tratarmos os doentes da mesma forma como gostaríamos de ver tratadas nossas pessoas mais queridas. Naquele momento, vi que a medicina ia muito além do conhecimento proporcionado pela ciência, pois exigia capacidade de ter compaixão e solidariedade humana. Isso é só para exemplificar como funcionava aquele serviço médico sob a liderança de Professora Giselda. E agora? Há vários anos, a unidade se mudou para o edifício do antigo Sanatório, mas, pelas informações disponíveis, o dia-a-dia do Hospital vai de mal a pior, apesar dos bons profissionais lá existentes, médicos, professores e toda a equipe de saúde. -- Pois é amigo, as autoridades precisam despertar para a importância de uma unidade hospitalar de moléstias infecto-contagiosas. Não entendo como isso pode acontecer, em uma época da AIDS, da Dengue e da Tuberculose, para citar somente algumas doenças. Esses hospitais, além de unidades clínicas e de ensino, são essenciais na profilaxia e no controle de epidemias. Essa prolongada crise inflige ao Hospital Giselda Trigueiro o “status” de Patinho Feio da saúde. -- É triste, mas é perfeito o seu comentário sobre o hospital dirigido de forma competente pela Dra. Ivelise de Castro. O Secretário da Saúde, Adelmaro Cavalcanti, foi estudante por lá e, certamente, vai solucionar os problemas. É inaceitável a situação de vexame em que se encontra a unidade hospitalar que tem o nome de uma pessoa - símbolo de dignidade profissional e de zelo nos cuidados aos enfermos. Que tal escrever e publicar na imprensa esse nosso diálogo? -- Ótima idéia. Mesmo sem ser preciso transformá-lo em cisne, o Hospital Giselda Trigueiro, porém, há de livrar-se dessa condição injusta de Patinho Feio da saúde estadual.

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