Honras à árvore nacional do Brasil - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Honras à árvore nacional do Brasil

Riqueza econômica do passado, o Pau-brasil é uma riqueza histórico-sentimental do presente. Se não é assim, deveria ser, para a maioria dos brasileiros, ou até mesmo para todos. Evoco o “Manifesto da Poesia Pau-brasil”, lançado pelo escritor Oswald de Andrade (1890-1954), no bojo do Modernismo de 1922. Em 1924, esse autor publicou seu primeiro livro de poesia, sob o título Pau-brasil, com ilustrações da grande pintora modernista Tarsila do Amaral (1886-1973). O Manifesto Pau-brasil se ancorou no primitivismo, com a valorização – sem ufanismo – do passado histórico e cultural da nação, e vislumbrou nessa árvore um dos símbolos da brasilidade. 

A cada ano, na data de 03 de maio, celebra-se o dia nacional do Pau-brasil. É ingrato e injusto por parte de nós brasileiros, deixar passar ao léu essa data, sem as devidas honras à árvore que deu nome ao nosso país, e que foi tratada, por séculos, com total desprezo, ao ponto de ficar ameaçada de extinção. Além de ser a árvore nacional do Brasil, após a promulgação da Lei nº 6.607, de 07 de dezembro de 1978, sua história resgata a importância do amor à natureza, à preservação da Mata Atlântica, aos cuidados e respeito de todos os seres humanos pela vida no Planeta. Aos que nunca viram ou não conhecem essa árvore, deixo a sugestão de conhecê-la, de curtirem sua beleza e de se tornarem seus fãs. Tenho a sorte de ter um exemplar ao alcance dos meus olhos, no lugar em que moro. O verde escuro das folhas fulgura aos raios do sol, e, quando as flores amarelas se abrem, o verde-amarelo resulta em um esplendor da natureza. No dia 03 de maio passado, juntei-me a um grupo formado por alunos, mestres e funcionários do UNI-RN e plantamos, no campus da Instituição, 15 mudas de Pau-brasil, para aumentar o número das árvores, já frondosas, que lá existem. A doação das mudas foi feita pela Direção do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, que representa um ótimo exemplo de órgão público, voltado para a proteção da natureza, em especial da Mata Atlântica.

O Pau-brasil, também chamado de Ibirapitanga, Pau de Pernambuco e outros nomes, é uma das principais espécimes da Mata Atlântica, bioma de floresta tropical que se estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Com riquíssimas flora e fauna, é lamentável que se comprove uma intensa devastação da Mata Atlântica, ao longo do tempo, desde a chegada dos colonizadores e dos piratas de outros países, com ênfase aos franceses, que aqui chegavam para encher seus navios de toras de Pau-brasil, a fim de lucrarem com a venda da madeira e da tinta vermelha própria da Ibirapitanga. Hoje, a Mata Atlântica reduz-se a 7% da área original. Os brasileiros ainda não se deram conta do quanto precisam preservar os tesouros dos seus ecossistemas.

Câmara Cascudo, em Universidade e Civilização, aula inaugural da, então, Universidade do Rio Grande do Norte, proferida a 21 de março de 1959, comenta que a palavra brasileiro – ver o sufixo eiro –, foge à regra e não se refere a uma profissão, mas aos nativos do Brasil: “Era o homem que trabalhava o Pau-brasil. (...) Iam as naus, gementes nos alísios, o velame bojudo, carregadas de Pau-brasil, esforço dos brasileiros”.

Daladier Pessoa Cunha Lima

Reitor do UNI-RN


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