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Francisco
21.03.2013

Vou ao Dicionário de Nomes Próprios Pessoais, obra póstuma do Cônego Jorge O’Grady de Paiva (1909 -2001), e encontro o verbete Francisco: "Do celta Francesco, natural da França ou francês e traduzindo liberdade. Contrai-se em Francis ou Franci. Grande número de santos há com esse nome, sendo os maiores Francisco de Assis, de Paula, de Sales, de Bórgia e Xavier". O autor faz várias citações de pessoas famosas nesse verbete: da Áustria, o imperador Francisco José I e o compositor Franz Schubert; de Portugal, o menino Francisco, um dos videntes de Fátima; do Brasil, ele cita, entre outros, o autor da música do Hino à Bandeira, Francisco Braga, e Francisco Manoel da Silva, que compôs o Hino Nacional, além do jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, e de dois Francisco Alves, o livreiro e o "Rei da Voz". Tivesse sido escrita nos dias atuais, essa excelente obra onomástica, o verbete Francisco, com certeza faria a citação de um sucessor do trono de Pedro, da Igreja de Jesus Cristo.

É provável que muitas pessoas tenham pensado, como eu pensei, que o papa Francisco escolheu esse nome em honra a dois São Francisco, de Assis e Xavier. O primeiro, óbvio, pelo seu estilo despojado, simples, humilde, em coerência com as virtudes do santo que se devotou à pobreza. O segundo, por ter sido São Francisco Xavier um fundador da Companhia de Jesus, ao lado de Santo Inácio de Loyola, ordem à qual pertence o sacerdote Jorge de Castro Bergoglio. No entanto, o novo papa declarou que sua inspiração veio do seu amigo dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo, quando, logo após o final da votação do Conclave, passou-lhe rápidos conselhos sobre a ênfase aos pobres para o novo papado. Mas o santo Xavier, mesmo não tendo sido o "leitmotiv" da escolha do nome de Francisco, estará na lembrança dos fieis, pois não dá para esquecer a condição de jesuíta do atual Santo Padre.

Não há como negar certa frustração da "brava gente" do Brasil pela chance perdida de ver um patrício nas sagradas funções de Bispo de Roma. Esperei ouvir as cinco sílabas – Odilo Scherer – na voz do cardeal francês que anunciou a decisão dos 115 Príncipes da Igreja. Porém, já adotei de corpo e alma o novo papa, já reuni simpatias, já vi até vantagens por ser ele argentino, quem sabe, capaz de se transformar num elo e de aparar arestas entre os povos dos dois maiores países católicos da América do Sul. Ainda mais depois que ele ressaltou o papel do cardeal Hummes nos momentos cruciais da sua eleição. Porém, já se disse que o único perigo é o papa pedir a Deus a vitória do seu país, durante um jogo de futebol das seleções do Brasil e da Argentina.

Uma das simpatias pelo papa Francisco é o seu jeito simples de ser e de agir, seu desapego às vaidades e veleidades humanas. É coerente o perfil do homem humilde Jorge Mário Bergoglio com o nome de papa Francisco, inspirado em São Francisco de Assis. No livro "Os santos que abalaram o mundo", de René Fülöp – Miller, Santo Agostinho é o santo da inteligência, enquanto São Francisco é o santo do amor. Isto porque ele dedicou amor total aos pobres, ao desamparados, aos doentes, chegando a abraçar e a beijar os leprosos. Assis é o santo que mais se identificou com a doutrina cristã, o que mais chegou perto da imitação da vida de Jesus. São Francisco de Assis, em certo dia de oração numa igreja que estava quase em ruínas, recebeu uma mensagem do Cristo na cruz: "Restaura minha casa para mim". Nesses primeiros dias do novo papado, é certo que o papa Francisco tenha em mente essa passagem mística da vida de Assis, assim, restaurar a casa num sentido lato, um restauro moral e uma profunda reforma da Igreja, ferida pelo horror de crimes e delitos internos. A Igreja de Cristo tem de caminhar com Ele.


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