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E. Unidos: hoje e uma década atrás
20.07.2009

Uma década atrás, fui visitar uma filha que estava em Bradenton, pequena cidade da Flórida – USA. Ela estudava em uma escola de inglês que, na época, tinha vínculo com a rede brasileira Yázigi Internexus. A escola possuía ótimas instalações e estava dentro do complexo Nick Bollettieri, uma das maiores academias de tênis do mundo, a qual já havia treinado famosos tenistas do “grand slam”. Como sou aficionado do tênis, fui para visitar a filha, mas também para conhecer a Nick Bollettieri. Os Estados Unidos viviam um momento feliz, percebia-se isso nas ruas, nas lojas e em qualquer lugar. Era o apogeu da liderança mundial única, depois da fase bipolar, que se estendeu desde o fim da segunda grande guerra até a implosão da União Soviética, em 1990/1991. Escolhi um hotel perto da Academia de tênis, o qual hospedava alguns alunos da escola de inglês. Certo dia, no café da manhã, um americano e um filho sentaram-se ao meu lado, à mesma mesa, e puxaram conversa comigo. Eles moravam no Maine e estavam a passeio, fugindo do frio. Ficaram atentos às informações sobre o Brasil e mostraram espanto quando lhes falei sobre o alto índice de desemprego do país. Falaram, então, das vantagens da América, onde havia trabalho para todos, inclusive para os imigrantes; e deram o exemplo da sua cidade, onde, há pouco tempo, um hotel novo demorou a funcionar porque não existia gente para se empregar. Em dez anos, como se degradaram as condições de vida do povo americano! Quantos fatos, ou mesmo quantos desastres ocorreram nos Estados Unidos, capazes de depreciar em muito o dia-a-dia da população do país e de deixar o mundo perplexo diante de crise tão grave, igual a uma onda que alcança todos os continentes. Além dos desastres naturais – menos danosos –, a exemplo do furacão Katrina, vieram os mais nocivos: Governo Bush, ataque às Torres Gêmeas e ao Pentágono, constante medo do terrorismo, guerra do Afeganistão, guerra do Iraque e, como corolário de tudo, a debacle econômica. Tenho ouvido relatos de pessoas que regressaram ao Brasil, após a aventura de tentarem a vida por lá, na vã esperança de melhores dias. Estão felizes por voltarem à boa terra natal, ao mesmo tempo em que se sentem livres, como se saíssem de um pesadelo. Em recente viagem aos Estados Unidos, um amigo médico disse-me que viu cenas que jamais pensou em ver, por exemplo, pessoas com aparência de americanos típicos da classe média portando cartazes no peito pedindo esmolas, em silêncio, pedindo ajuda para matar a fome. Resolvi escrever este texto ao ler na Folha de S. Paulo matéria com o seguinte título: “Sem dinheiro, Califórnia usa títulos para quitar dívidas”. O quê? Califórnia, o mais rico estado americano? Sempre ouvi falar que a Califórnia, se fosse um país independente, seria a oitava maior economia mundial. Na reportagem, a foto do Governador Arnold Schwarzenegger revela os traços tristes do tamanho da crise, em vez de mostrar a face de outrora, otimista e risonha do ex-ator. O Estado vai pagar suas dívidas com títulos em papel chamados IOU, da sigla em inglês – I Owe You – “Eu lhe devo”, ou seja, devo não nego, pago quando puder. O desemprego atual na Califórnia causa pasmo, pois chegou a passar de 15% , quão diferente de dez anos atrás. Porém, um novo tempo parece se abrir para o ainda poderoso e rico país da América do Norte. O carisma, as boas intenções e o talento do Presidente Barack Obama acenam para grandes mudanças. Espera-se que essa crise sirva de lição, toque as consciências, não somente dentro dos limites dos Estados Unidos, mas também no âmbito global, na busca por melhores condições de vida para todos os seres humanos do planeta. Vamos acreditar que outro mundo é possível.

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