Baleias e crianças - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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Baleias e crianças
08.10.2009

A baleia atendia pelos nomes de Branquinha ou Pretinha. Era ainda um filhote, quando foi vista por um grupo de crianças, no raso da Praia de Pirangi. Os meninos e as meninas logo perderam o medo, ao notarem que a baleinha branca e preta quase sorria, como a dizer que queria brincar também. As crianças fizeram a maior festa com Branquinha, mas, pouco depois, ouviram um som que vinha de dentro do mar. Era a mãe baleia chamando o filhote, que saiu devagar e prometeu voltar para novas brincadeiras. Bastava a meninada gritar o nome da baleia, ao longo da praia, ela vinha para outras sessões divertidas. Certa vez, Pretinha ficou presa na areia e, então, as crianças a levaram para um lugar mais fundo, com a ajuda de alguns adultos, já acostumados com aquelas cenas. No entanto, os dias passavam rápido e já era tempo de voltar para Natal, porque as férias iam acabar. Para não sentirem saudade, pediram para levar a amiga baleia para morar na piscina da casa de Natal. Com o apoio dos pais, as crianças conseguiram o que queriam e Branquinha, toda contente, passou a viver em novo ambiente, muito pequeno para ela, porém, tudo era muito alegre. Aprendeu a comer outras coisas, além de peixes, tais como frutas, saladas e sorvetes. As crianças brincavam bastante e até subiam na amiga para um pequeno passeio na piscina. Mas, que surpresa, o filhote cresceu rápido e já não cabia na sua nova morada. Além disso, tinha de voltar para a água do mar, também para encontrar sua família. Em cima de um caminhão, retornou para Pirangi. A meninada se acercou do mar para se despedir da linda baleia, sob choros, risos e adeuses. Até hoje, quando a saudade aperta, as crianças vão àquela praia e gritam o nome da amiga que, de longe, faz um giro com a grande cauda e solta esguichos de água para o ar. Essa estória de Branquinha / Pretinha, aqui apenas o resumo, eu contava para meus filhos, quando eram pequenos. Antes de dormir, essa era a estorinha preferida, entre outras que para eles criei. Os filhos passaram para os netos e, assim, no imaginário das crianças e das ex-crianças da família essa pequena baleia amiga se perpetua. Por que uma baleia? Penso que é a influência de Moby Dick, grande baleia branca, famoso romance do século XIX, que impressionou tantas gerações, inclusive com o filme que tem Gregory Peck como ator principal. Na Folhinha, caderno infantil da Folha de S. Paulo, li que as baleias-francas-austrais, de agosto a outubro, podem ser vistas no litoral de Santa Catarina, bem perto da praia. Elas gastam cerca de dois meses para migrarem das águas que circundam as ilhas Geórgia do Sul, ao norte da Antártida, até a costa catarinense. Aqui, têm seus filhotes, que já nascem com cerca de seis metros e com peso em torno de cinco toneladas. Quando adultas, chegam a medir 18 metros e a pesar 60 toneladas. De cor negra, cabeça enorme, não possuem dentes, são dóceis e divertidas. Felizmente, a caça a esses animais está proibida no Brasil e, hoje, não é mais a morte, mas sim a vida, que serve de fonte de renda, com a expansão do turismo para avistar baleias. Agora, elas podem nadar tranquilas nos mares do país. Se não chegam tão próximo da praia, como no sonho infantil de Pirangi, causam deleite aos bem-aventurados que as avistam. Para terminar, algo engraçado que li na Internet. Uma professora tentava dizer a uma menina que Jonas, conforme o Antigo Testamento, fora engolido por um peixe, e não por uma baleia, pois tal mamífero tem uma garganta estreita onde não passa um homem. Pela insistência da professora, a menina disse que iria perguntar a Jonas, quando um dia chegasse ao céu. “E se Jonas não estiver no céu?” Disse a professora, que recebeu rápida resposta: “Aí será você quem vai perguntar”.

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