A história de uma quase-freira - Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN
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A história de uma quase-freira
24.03.2011

Maria Inês nasceu dois anos após o casamento da irmã mais velha, Lígia Maria. A pequena Inês, criança alegre, risonha e muito querida, passou a receber especial afeto de Bianor, marido de Lígia. Seu bem-querer a essa menina decerto superava a afeição que mantinha pelas outras irmãs e irmãos da sua mulher. Maria Inês ficou órfã de pai aos seis anos, fato que levou a irmã mais velha e o marido a se dedicarem ainda mais à caçula da família. Com o tempo, Bianor e Lígia tiveram cinco filhos, todos saudáveis e bem preparados para o mundo. A situação financeira e social era favorável e, assim, a família dessas sete pessoas vivia sempre feliz. Os filhos do casal cresceram em grande união com Maria Inês, pois as idades parecidas os aproximavam. E Bianor nunca deixou a pequena cunhada passar qualquer dificuldade. Na idade escolar, ela foi para um bom colégio religioso, a fim de estudar e residir, na condição de aluna do internato. Por volta dos 15 anos, decidiu ser freira, e ingressou como noviça da congregação do próprio colégio. De súbito, um manto de tristeza se abateu sobre a vida de Bianor, de Lígia Maria e dos cinco filhos, quando a boa mãe e boa esposa teve um diagnóstico de câncer. Foram dias de sofrimento e de luta, no afã de dominar a grave doença, que avançou rápido, e os médicos se viram no dever de informar à família o prognóstico de morte próxima. Lígia era mulher muito forte e passou essa força para o esposo e para os filhos. Enfrentou com extrema coragem seus cruciais instantes de adeus e pediu que todos ficassem tranquilos e que vivessem aquela situação com naturalidade, sem grandes traumas. Porém, ao marido, ela fez um pedido especial: queria que ele viesse a casar com Maria Inês. Ao mesmo tempo, poucos dias antes de morrer, chamou a irmã mais nova e pediu para ela aceitar o casamento com Bianor. Inês, de repente, não tinha como se negar a aceitar, mas sentiu a opressão da proposta e chorou muito após se despedir da irmã, já pensando nas desculpas que daria ao futuro viúvo, pois a clausura era sua opção. O velório ocorreu conforme Lígia pediu: apesar de tristes, todos se mantiveram calmos e conformados com a vontade de Deus. A missa habitual de sétimo dia não houve, pois o viúvo achou melhor transferir para o décimo segundo dia, por coincidir com a data de aniversário da falecida. Realizou-se a missa pela manhã e, à noite, Bianor reuniu em um jantar toda a família, quando anunciou a decisão de casar com Inês, a fim de atender o último pedido da mulher, feito poucos dias antes de morrer. Naquela hora, a pretensa noiva sentiu como se uma lâmina tivesse cortado seu coração, e, por causa do choque, não teve coragem para reagir. Inês relutou durante um ano, pois não queria casar com ninguém, sua vocação era ser freira. Não sentia qualquer atração por Bianor, além de que nunca tivera namorado, queria mesmo era se dedicar à missão da Igreja. Pediu ajuda até ao bispo, sempre ouvindo conselhos para rezar e para seguir os apelos da consciência e do coração. Mas Bianor venceu todas as barreiras e, afinal, o casamento aconteceu. No entanto, a lua de mel foi difícil, sofrida até; passou-se mais de um mês para que o marido pudesse apenas se aproximar da mulher. Ela se via ainda como noviça, vestia para dormir os camisolões de futura freira, conquanto recusava as sensuais roupas íntimas que ele lhe trazia. Contudo, o tempo e a paciência do marido foram capazes de conduzir a uma completa e saudável união. O casal foi feliz por muitos anos, juntamente com as duas bonitas e ótimas filhas, até o dia em que a vida findou para o longevo, querido e alegre esposo. * História real e nomes fictícios.

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